A região da serra da Estrela representa um dos melhores locais em Portugal para observar algumas espécies de aves invernantes que noutras regiões do país são relativamente raras.
Se a altitudes baixas a diversidade de aves durante o Inverno não é muito diferente da que se pode encontrar noutras zonas do país, nas zonas mais elevadas e com maiores adversidades, ocorrem espécies que estão bem adaptadas ao clima frio e à neve, como a ferreirinha-alpina e a escrevedeira-das-neves.
Além destas, é possível observar o melro-de-colar, o dom-fafe, o lugre, a petinha-ribeirinha, o tordo-zornal, o tordo-ruivo, entre outras espécies quer residentes na região quer exclusivamente invernantes.
Pretende-se, assim, com a 11a edição deste evento continuar a dar a conhecer a diversidade de aves que ocorrem no inverno na região da serra da Estrela, dar a conhecer as particularidades das migrações e das adaptações ao frio e à neve e dar a conhecer alguns dos melhores locais na serra da Estrela para observar as aves invernantes.
Além disso, pretende-se suscitar o interesse e a sensibilidade pela observação regular de aves e pela conservação da avifauna e da natureza em Portugal.
Destinatários:
O curso destina-se essencialmente a pessoas interessadas em conhecer as aves invernantes e as suas particularidades, a alunos de Biologia e de outras ciências naturais que pretendam obter formação nesta temática e a quem pretende conhecer os locais e as aves a observar no Inverno na região da serra da Estrela.
Programa:
21 de janeiro (sábado)
Local: Seia (CISE)
08:00 – Receção dos participantes e apresentação do curso.
09:00 – Saída de Campo (Prático):
- Áreas agrícolas e zonas húmidas (Baixa do Rio Seia / Aeródromo de Pinhanços)
12:00 – Almoço no campo
13:00 – Saída de Campo (Prático):
- Áreas agrícolas e zonas ribeirinhas (Vale do Mondego e zonas envolventes)
17:00 – Sessão de palestras (local: CISE)
- As Aves invernantes na serra da Estrela – José Conde (CISE)
- A importância do eBird / PortugalAves na serra da Estrela – Ricardo Brandão (CERVAS/ALDEIA)
- Identificação auditiva de aves invernantes – Carlos Pacheco (CIBIO / Universidade do Porto)
- Adaptações das aves ao Frio – António Luís (Universidade de Aveiro / Departamento de Biologia)
19:00 – Fim dos trabalhos
22 de janeiro (domingo)
Local (ponto de encontro): CISE
08:00 – Saída de Campo (Prático):
- Zonas de montanha (Vale do Rossim e Penhas Douradas)
- Áreas agrícolas e zonas húmidas (Baixa do rio Zêzere)
12:30 – Almoço no campo
14:00 – Saída de Campo (Prático):
- Zonas de montanha (Penhas da Saúde, Piornos e Torre)
18:30 – Encerramento do curso.
Preço por inscrição = 30€
(inclui participação no curso, seguro para as saídas de campo, certificado de participação e documentação em formato digital).
Em caso de desistência, o valor da inscrição não será reembolsado.
Informações:
– Este evento realizar-se-á com um mínimo de 10 e um máximo de 24 participantes.
– Inscrições até dia 18 de janeiro.
Refeições:
– O almoço é volante, pelo que se aconselha levar merenda. As refeições não estão incluídas no preço do curso.
Saída de Campo:
Os participantes deverão levar o seguinte material:
– Merenda e água
– Calçado confortável
– Agasalho ou impermeável para o frio e chuva
– Binóculos
Transporte
Não existe transporte organizado, sendo as deslocações feitas da responsabilidade de cada um dos participantes.
Este programa poderá sofrer alterações, em função das condições meteorológicas.
Para inscrição e mais informações contacte diretamente o CERVAS pelo telefone 919457984 ou correio eletrónico cervas.pnse@gmail.com
Organização:
ALDEIA/CERVAS; CISE/Município de Seia
Formadores:
António M. S. Luís
Licenciado em Biologia pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em 1982, e doutorado pela Universidade de Aveiro, em 1999. Colaborou com o ICNB (então SNPRCN) em
missões de estudo e inventariação de avifauna, foi técnico do INETI (então LNETI), técnico superior da SRES (Região Autónoma dos Açores) e é, desde 1985, docente do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, onde se tem dedicado à investigação e ensino em ornitologia.
Carlos Pacheco
Licenciado em Biologia pela Universidade de Coimbra, com Mestrado em Ecologia, pela mesma universidade. Especializou-se na ecologia, biologia e conservação de diversas espécies de avifauna ameaçadas. Participou, entre outros trabalhos, na realização e coordenação de diversos censos nacionais de espécies ameaçadas, na elaboração do Livro Vermelho dos Vertebrados, no Atlas das Aves que nidificam em Portugal e na Estratégia Nacional para a Conservação das Aves Necrófagas. Atualmente trabalha como investigador no Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) / Universidade do Porto.
José Conde
Licenciado em Biologia, ramo científico, variante de Zoologia, pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Atualmente, exerce funções de Técnico Superior no Centro de Interpretação da Serra da Estrela, Município de Seia, onde desenvolve trabalho a nível da educação e interpretação ambiental e apoio a projectos científicos, que se realizam na área do Parque Natural da Serra da Estrela.
Ricardo M. L. Brandão
Licenciado em Medicina Veterinária pela UTAD, com formação adicional em Biologia da Conservação. Coordenador do Programa Antídoto – Portugal entre 2003 e 2010. Técnico Colaborador do ICNF/PNSE, entre 2005 e 2008. Coordenador e Médico Veterinário do CERVAS, através da Associação ALDEIA, desde 2009. Membro de equipas veterinárias de apoio a projectos de conservação de espécies ameaçadas como o Lobo-ibérico ou a Águia de Bonelli desde 2006. Docente da cadeira opcional de Conservação da Fauna Selvagem Autóctone no Mestrado Integrado em Medicina Veterinária na EUVG desde 2021. Coordenador distrital (Guarda) do eBird/PortugalAves desde 2015.